canto pra falar do nada
pra dizer tudo
em coisa alguma.
pontos de luz na treva
ou pontos de treva na luz?
porto pras minhas palavras
singelamente plurais e (im)puras.
domingo, 18 de março de 2007
cinzas de guerra (ou metrópole)
dum labirinto obscuro,
onde cada luz é um erro
e nunca se volta um passo.
de repente, se moviam
os corpos, incertos.
havia um desespero
no despropósito.
que se escondia
por trás dos olhos
cinzentos e vermelhos?
acaso sonhariam
outras paragens?
suspensos no universo
olhos e pés (pulsavam,
apenas) perdidos no espaço.
sábado, 17 de março de 2007
como se fosse de verdade

*foto http://membres.lycos.fr/cinephilia/hamlet/hamlet2.html
terça-feira, 13 de março de 2007
vagações

domingo, 11 de março de 2007
confissão.

sábado, 10 de março de 2007
de última hora

faz tempos que o silêncio emudeceu.
não sussurra mais meios termos
às meias noites...
nunca mais,
na imensidão dessa hora,
me soprou o vento
lástimas novas.
não cantou do poente
o sol vanglorioso em vermelho
que agonizava calmamente.
o luar serrilhou a montanha
bem ao meio, crescente.
e minguou em seguida.
sumiu - displicente.
secou nos meus olhos
o último grão de areia
da última onda da praia.
a mão tocou a falta
que se fazia indigente
aos pés da cama.
pressenti no espasmo...
...sumiste.
- ou era um sonho?
brandura nos meus braços?
foste esquiva, noite a dentro.
nada disse ao meu destino.
desiludido na escuridão
dessa certeza absoluta,
estou coberto em luto negro.
- mas ainda em vigilha te espero.