sou fruto do acaso e da luta
e do medo, d' alvura, da lama
sou aquilo que clama
numa oração profunda
e mal acabada por tudo que
suspenso no momento
me escapa
sou a colheita impreterida
pretérita, insuficiente,
da carne-viva e desnutrida
sou o verme no ventre defunto
alimento da morte displicente
e tudo que te falta n' ausência da hora
sou a marca vermelha de exílio
que cada homem carrega, em chaga,
no peito suprimida por todo terror
que ronda o sonho, e enegrece a vida
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René Magritte - La reproduction interdite, 1937
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