domingo, 26 de novembro de 2006

limites


já não há espaço
nesse corpo.

já não me cabe
esse cárcere,
maldição bendita
(a carne podre).

a palma grita
pois a alma lhe rasga
em não-caber.

e, se há doce sabor
no espírito
(posto que a língua
lacerada e trêmula
não mais diz
ou delicia nada)
este é do simples
instante que existe
e insiste apesar de tudo.

apesar do nojo
da ânsia
do vômito
e da vertigem de viver.
(fuligem-fulana
que corrosiva traça
destinos
no quadro negro
do céu noturno)
nem a estrela (de)cadente
me realiza algum desejo.

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