sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

pós tu amor

depois dessa loucura
de dizer te amo todo dia,
depois dessa brisa boa,
dessa alegria,

depois dos anos juntos,
um ao lado do outro,
depois da rosa em broto
que eu sempre lhe trazia,

depois dessa coragem
de ser sem-vergonha,
e de falar bobagem
e contar estrela,

depois de andar na grama
com os pés descalços,
depois de amar
na imensidão da cama,

depois de jurar
fazer feliz,
depois unir as almas
em pura ilusão...

depois de todo sonho
de toda essa brandura
a dura parede
do desencanto.

rompe a noite
a lua fria
e todo amor
vira lamento.

o canto que se cantava,
o amor que se amava,
a alma que se tocava,
tudo isso morreria.

depois de tudo,
peito em luto.
o que era mel
vira fel nas veias.

a alma agoniza,
o coração rasga
de papel,
como fora todo o resto:

o amor, o aroma,
o coração que ama,
a cama, a alma...
as cartas e os poemas.

depois de tudo,
do além de tudo,
sequidão.
sede sem fim.

o amor jaz entre a relva
sem sempre, nem diamante,
nem palavra de juramento.
o amor se vai sempre.

e sempre é o fim.

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