quarta-feira, 7 de novembro de 2007

mutuo

sonho, não me chame agora!
é, pois, a hora morta de viver
tocar a chama do mundo
morder a carne da verdade crua.

tempo, não me prende agora!
e alonga também um pouco essa tarde
que se despede calidamente
no azul enegrecido do horizonte.

amor, sentindo toda tua pele nua
arrepiada de segredos sujos
toco seu desejo com zelo impensado
e calo o pudor que em tua alma ardia.

hoje sou aquilo enquanto chuva, fogo, pedra,
tempestade que se perde e alastra
devastando as juras mais imprudentes
e até mesmo, aquelas outras, as mais puras.

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