sexta-feira, 11 de julho de 2008

rit(m)os?

Meu Deus! a vida corre
e tenho pés calejados.
e os ouvidos calados
e a boca alejada e dura.

e está perdido e achado!
tudo que eu quiz
a não ser aquilo
que me diz minha falta.

que há nesse calor
que não sinto
e que já se foi na pressa
e na presa do tempo?

desgaste-cronologia

nesse breve suspiro
não há espaço
para floreios.

tudo é muito grande
mas não inteiro
entre dois rios.

há um rio que sobe
o outro que desce:
passado e fluente,

num espaço pequeno
que encerra
dois momentos.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

das baladas de amor entreabertas

bem que se quis depois de tudo ainda ser feliz.
mas não há o que fazer, além do que a vida diz
e tudo que resta é morrer no mar - de horror
quando se esquece o que vem da verdade, amor.

vem pra perto vem, vem de pressa vem sem fim
porque o meu fim já passou. não me resta tempo
ou vontade, e tudo além é potestade - e marfim
frio que alcança o pudor e a morte no escoupo.

me beija e me faz esquecer - dos meus medos
de tudo que errei, e da tanta falta que me fiz,
e de tudo que deixei escapar pos entre os dedos
pra que se queira, se possa, levar e ser feliz.

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sinto que falta dizer alguma coisa, mas não tenho tempo no tempo que tenho

segunda-feira, 7 de julho de 2008

desmatérias

algo como um grama de beleza
está perdido do teu rosto. caiu
e - benção! - veio dar no meu olho
como um cisco de um sonho.

que parte mais de ti carrego eu
que comigo embolo a balada?
e na novela inenarrada, quê
de tudo mais que anda nessa terra?

saiba que contigo levas, despecebida,
grande parte de minha alma,
e mesmo dessa lama que escorre
dos meus dedos, filho do barro que sou.
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do dia que me apaixonei pela Vênus de Milo.

sábado, 5 de julho de 2008

logo que tudo fizer sentido, retomarei as rédeas da galáxia, que se agita brava, selvagem, despedaçando todas as palavras.
no momento, estou perplexo, no instante entre dois momentos, à espera de que algo aconteça derrepente e perpetue em minha mente todas as experiências pueris de inocência.
no momento, todos parados e eu no foco de luz sob a lareira baixa, a cantar minhas mais claras cartas de desejo podre e farto.
existindo à espreita.
insistindo na escrita.