sábado, 10 de março de 2007

de última hora



faz tempos que o silêncio emudeceu.
não sussurra mais meios termos
às meias noites...

nunca mais,
na imensidão dessa hora,
me soprou o vento
lástimas novas.

não cantou do poente
o sol vanglorioso em vermelho
que agonizava calmamente.

o luar serrilhou a montanha
bem ao meio, crescente.
e minguou em seguida.
sumiu - displicente.

secou nos meus olhos
o último grão de areia
da última onda da praia.

a mão tocou a falta
que se fazia indigente
aos pés da cama.

pressenti no espasmo...
...sumiste.
- ou era um sonho?
brandura nos meus braços?

foste esquiva, noite a dentro.
nada disse ao meu destino.

desiludido na escuridão
dessa certeza absoluta,
estou coberto em luto negro.
- mas ainda em vigilha te espero.

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