faz tempos que o silêncio emudeceu.
não sussurra mais meios termos
às meias noites...
nunca mais,
na imensidão dessa hora,
me soprou o vento
lástimas novas.
não cantou do poente
o sol vanglorioso em vermelho
que agonizava calmamente.
o luar serrilhou a montanha
bem ao meio, crescente.
e minguou em seguida.
sumiu - displicente.
secou nos meus olhos
o último grão de areia
da última onda da praia.
a mão tocou a falta
que se fazia indigente
aos pés da cama.
pressenti no espasmo...
...sumiste.
- ou era um sonho?
brandura nos meus braços?
foste esquiva, noite a dentro.
nada disse ao meu destino.
desiludido na escuridão
dessa certeza absoluta,
estou coberto em luto negro.
- mas ainda em vigilha te espero.
canto pra falar do nada
pra dizer tudo
em coisa alguma.
pontos de luz na treva
ou pontos de treva na luz?
porto pras minhas palavras
singelamente plurais e (im)puras.
sábado, 10 de março de 2007
de última hora
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