sexta-feira, 16 de maio de 2008

CORPUS 4

IV - do amor

amei luzia como se amasse a mim
luzia luziu, reluziu, brilhou, sumiu
fiquei em luzia, me perdi de mim
ao acaso ando, sem face, sem luz
pois nem a vida sem luzia me seduz
devagar esmorecerei no esquecimento
e meu corpo se apagará n vento
até que em luzia eu volte a mim,
quando eu for consumido pelo tempo
no momento eterno do meu fim.

não amais no mundo alma segunda!
pois só lhe há de trazer sofrimento
e tudo, depois de prazer, será lamento
nada que não a causa de dor profunda.

conduz teu amor a ti - creia, te basta!
do contrário encontrarás pena nefasta
na beira da morte do ente querido
só uma parte de tu'alma irás consigo
e quebrantado viverás, sem abrigo,
o próprio amor negarás, te digo!

amor não é essa coisa que prospera
pois eis que após o amor, reina a espera.
ó amor, se vais, mata-me contigo
não me abandona na espera sem sentido.
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imagem: http://www.nrfoto.no/03art/artgallery/pages/body_01.htm

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