juro guerras afogando dores
em cores tais que descoram
como sangue seco nas flores
que o alto de berços decoram
tenho coragem para refletir
em minha efígie esse alvoroço
e no resto do que sou, no dorso,
carregar a letra que me ferir
amaldiçôo as noites que escuras
predizerem minhas torturas,
os sinos e as linhas proféticos
que dispersarem no vento o meu eco,
melodias que finjam meus amores,
ritmos que desafiem meu maiores erros,
esses verbos poucos que me ditam
na veia os pulsares que me limitam.
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esses sons desiguais se enlaçam
como lâminas finas, fluidos corrosivos
e desembocam intranqüilos, agudos
no espírito dos que os perfaçam.
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*porque nessa sina parece que falta hemoglobina e sobra verniz e resina.
2 comentários:
me vi no espelho: [ir]reflexível.
E nessa comédia de me faz-e-desfaz fiquei assim: um pedaço de reflexo invisível no espelho, que todo dia escreve, mesmo que com batom antigo, um pedido de ajuda praum que passe e olhe com algum descaso.
bacana isso que cê fez, rapaz. até me alfinetou.
Pulsa o ilimitado, pois o que lateja é desejo, o resto sim, não é o quente da vida, é festa com estranhos, puro verniz, vernissage.
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