segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

talvezes

pois acredito que há coisas que vão além do marasmo: um distúrbio metafísico, uma carne mansa e mais vermelha, uma alma mais refinada. confições que des Esseintes e o comedor de ópio compartilham com uma pequena camada de orixás, espíritas e católicos. algo que vai além, muito além de mim, da mente estreita no tempo estreito que se tem.

algo que não se pensa nem se diz:
para dizer bonito, algo de um caráter fenomenológico que só existe, se existe (mas existe mesmo, uai!), como tal para a mente ou no espírito de cada um - pronunciável apenas no silêncio.

creio nessas coisas que não devem existir. que não precisam existir. que não querem existir. porque, azar o delas, precisam realmente só disso: que eu acredite, para que elas, subitamente, saiam do abismo do ausente e se dêem o trabalho de existir.

eu não acredito só com os olhos, com os ouvidos, com a cabeça. eu acredito no corpo todo - para parodiar um pouco janis joplin.

nessa improbabilidade alucinante, chego até ao ápice de acreditar em mim.

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