sexta-feira, 15 de maio de 2009

filosofologia #3 [da negação existencialista absouluta da linguagem]

as palavras tem vontade própria. se deixamos, elas ainda nos tomam, nos abraçam, nos cegam, nos putrificam. sinto que as pessoas se deixam perder cada vez mais, abraçando em jargões, em clichês, frases feitas num holocaust(r)o ideológico, achando que encontrarão num dicionário tão alheio a expressão última de sua existência. re-(des-)falam de amar, de saber, de diferença e especialidade, de igualdade, de moral e bons costumes, e das maiores ameaças, resmungam autisticamente um código de ética enferrujado e tão corrupto quanto a peste. 
vai saber a língua é a mestra de todas as meretrizes vadias que rondam pelos olhos, a volúpia mais viciosa que sorrateira integra o desgosto de se dizer.
tem me entediado cada vez mais pessoas se definindo e ao mundo com palavras alienígenas à si mesmas, sem um segundo de esforço, sem vontade própria, sem vontade alguma.
ando receoso em relação às palavras, com todas essas pessoas acorrentadas nelas...
afinal, as palavras, aquelas que valhem a pena, as puras, nós em nós mesmos não as suportamos mais.

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