existem mil línguas entrelaçadas à minha
suas salivas quentes me saciam, me entorpecem
me enchem de um gozo pleno, sem cautela.
línguas outras que me falam o que eu digo
antes de eu pesar as idéias pensadas.
repouso na língua de outrem, me cubro
e descubro com seu hálito quente.
e é confortável, até quando me engolem.
sou parte num todo, estou digesto
e me alimento até de mim mesmo, se preciso.
e me sacio, como se fosse isso possível.
e acabo, como doce em boca de criança gulosa.
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e você pensa que não se alimenta de mim a cada palavra lida?
Um comentário:
bom... não vou falar que gostei do poema porque....
ah, cê entendeu.
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