não me convence o teu horror
nem tua cara de malícia.
sei que no fundo, maldito,
tremes à vergonha de viver.
não me chora o teu olho
nem bendiz tua língua
a bem da verdade.
tua alma nua é que assoma
vermelha o teu sangue.
a sucumbir tua vida
prefere qualquer máscara
todo passa-tempo.
sei que maldizes a hora
de se olhar no espelho.
tem medo de encontrar nele
o demônio
ou o vulto desfalecido
dos seus desejos.
maldito covarde
que não logra partir
nem ficar.
prefere morrer,
trucidar,
matar.
tudo para não ver
a falha em que sucumbe
tua alma.
-----
maior covardia é rejeitar a si mesmo. esconder-se, mutilar-se...
seria eu o maior covarde?
Nenhum comentário:
Postar um comentário