terça-feira, 9 de janeiro de 2007

covardia

não me convence o teu horror
nem tua cara de malícia.
sei que no fundo, maldito,
tremes à vergonha de viver.

não me chora o teu olho
nem bendiz tua língua
a bem da verdade.

tua alma nua é que assoma
vermelha o teu sangue.

a sucumbir tua vida
prefere qualquer máscara
todo passa-tempo.

sei que maldizes a hora
de se olhar no espelho.
tem medo de encontrar nele
o demônio
ou o vulto desfalecido
dos seus desejos.

maldito covarde
que não logra partir
nem ficar.
prefere morrer,
trucidar,
matar.

tudo para não ver
a falha em que sucumbe
tua alma.

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maior covardia é rejeitar a si mesmo. esconder-se, mutilar-se...
seria eu o maior covarde?

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