nesse mal-querendo viver
arrebentei meu peito à sua porta
só pra ver se você se importa...
nessa coisa besta de contar o tempo
me perdi nas horas dos seus lábios
e nada além disso me devora mais...
corro entre o vento e o seu vestido
brincado de carícia com seu veneno
que me mata na felicidade, alento.
nessa plenitude dessa tarde
já aparece tempestade
mas me embriago das ondas
do seu doce mar-amar...
ê, vida cansada no peito de tanto pulsar.
corro entre os morros do nosso leito.
nunca canso de te esperar.
e se é alta a lua ou a hora
que não seja a última a chegar
pra nós dois a alegria desse olhar.
o seu doce toque, meu suor de amor.
juntos nessa tarde, crianças ao tempo
da inocência nua dum brincar.
e já não é sem tempo,
que me arrebata o canto:
para sempre nessa tarde,
sempre e terno, amar você.
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"que não seja imortal, posto que é chama
mas que seja infinito enquanto dure..."
Vinícius de Moraes
Um comentário:
é que eu, volta e meia, fico sem palavras quando passo por aqui. saio tão sempre mais outro.
e você como vinho. a medida que envelhece se apura.
e não seria assim mesmo, a vida?
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