quinta-feira, 26 de outubro de 2006

o poço serafim



no que me cabe nesse mudo:
silêncio e uma pena eterna,
voar com asa ansiosa e presa
no longo precipício das luzes.

as vozes me sopram notícias
dissonantes doutros lugares.
mas acaso existem outros
que estes que trago em mim?

a vista do olho do vento, invento
passatempos, e tempos e eras
e trevas e linhas e traços.
tudo desfaz o sabor do vento.

ao cabo de tudo,
sem nada
acabo.

será?
sem fim a queda
sem fim o tombo
sem fim
fim

.

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*eu sou o nada
posposto
ao ponto
final

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