terça-feira, 3 de outubro de 2006

vasto mundo

Raimundo,
não chores tanto por tua rima
não caber no meu rumo,
pois o mundo é maior que o verso,
que as bananeiras ou os muros.

Bem sabes que a vida é injusta
e cega,
e nem sempre vê direito
os passos tortos dos homens
ou lê direito a língua dos anjos
nos poemas, ou fora.

Justo os poemas,
que não têm passado,
nem solução, nem nada...

Só as palavras,
como se palavras houvessem,
ou bastassem
pro mundo e pra vida...

2 comentários:

m. reis disse...

Malgrado meu, às vezes palavras me bastam.

garoto roto disse...

ora, caro amigo,
as vezes nos basta o mundo
que existe
na palavra indivisível da vida...

em outras,
nem o mundo, nem a palavra, nem a vida nos basta.

e é por isso que descemos sedentos à fonte pura das poesias...