canto pra falar do nada
pra dizer tudo
em coisa alguma.
pontos de luz na treva
ou pontos de treva na luz?
porto pras minhas palavras
singelamente plurais e (im)puras.
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
cotidiano
aurora vermelhada
sangra toda elegia
plena madrugada
meio dia em meia hora
no meu quintal
raios caem como flechas
vespertina flor floresce
com suas raízes já na noite
pressentindo o seu destino
noite branca e cara pálida
palacete dos sonhos caídos
nem a flor vermelha da alvorada
me compadece com algum sentido
tudo tido tudo feito
chega logo a meia noite
e tudo refaz
e tudo finda
infinita noite
nunca morre a meia noite
nunca brota a madrugada
nunca troca coisa por outra
infelizmente
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