quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Noite em claro

quebrei a supra treva
que paria a noite em duas.
hoje a tenho una, em metades:
a beleza do escuro,
sutileza segura de segredos.
solidão bruta no claro
da alva pedra prata, lua.

tua pele nua
envolta em meu tormento.

desejo puro esse
que me parti cru:
rubro em febre,
frio qual defunto
- réu e vítima
do sentimento único.

vazio claro da noite
me arrebenta
na lua do teu olho

canto de quem ama
no escuro, na noite,

no sonho.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quem é você, que de modo tão matreiro, faz o que quer com as letrinhas? Elas se deitam ao seu comando. Estou pasma com a leveza e facilidade, com que arranca poemas do impossível. Você é um grande mestre, e eu lhe reverencio em minha profunda humildade. Mostre ao mundo, os seus filhos, nascidos de tão intenso e, porque não, jocoso, impasse. Você é incrível!!!!!!!!